terça-feira, 20 de novembro de 2007

Apetrechos e memórias...quero de volta!


Nossos pedaços de lembranças

vão se diluindo no tempo


cacos de porcelana

levados por mãos estranhas


gavetas remexidas


Retratos de um tempo que se foi

surrupiados em doses ácidas

corroendo memórias

no desalinho voraz

das mentes adoecidas

que devoram o passado alheio


Quero de volta minhas xícaras

meus pires

apetrechos da minha história

que se foram sem o meu adeus.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

inclusão de infinitos detalhes


o dom

o calor das mãos

carinhoso canto de olho

úmido e feliz

paisagem da janela...


Enquanto poetiza a vida
o homem busca no interior do mundo
o útero de seus desejos
Nas asas de seus sonhos
a resposta de suas dores
Na alegria do retorno
a esperança em meio as cores
redecorando seus andores
Tambores, flores
trinadinhos encantadores
flauta viva pulando em galhos...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

da Mãe-Vó


A Yasmim tem todos os tons. O tom da beleza, da luz, da paz e da inteligência. Todos os tons amparados pela saúde, pela música e todas as artes. Todos os tons dos amigos, e queridos que estão emanando forças e bênçãos à ela. Que os Anjos do Senhor a protejam pelos caminhos do mundo com tons suaves, melódicos e amenos. Que os tons alegres sejam sua companhia em dias de chuva e que os tons moleques sejam seus companheiros em dias de sol. Mas que sejam tons de PAZ, de AMOR, de CORTESIA, para uma bela menina, que tem um nome combinando Jasmim com Yasmim. Cheirosa e formosa, pura flor do meu jardim.

idéias ideais

A nudez de um ideal
Não pede indumentária de grife
Não exige passarela e medalhas
Não desfila bêbada de salto
Não precisa de pedestal e holofote

A essência respira e tem a forma
Das flores miúdas e singelas
Que encantam mesmo com tantos espinhos
E surpreendem com seus arranjos
Bordados no caminho

Touca Dor

Quem tem chulé na cabeça
Tem que colocar esparadrapo na boca

Semana Santa

Peixe
Espada
Espinho
Espora
Na goela

por aí

Férias urbanas
Cegueira vegetal
Dúzias de coisas
E sair por ai

“Mapas e Caixas”

...Margarete e Elizete são nomes parecidos, mas não são iguais
Os modelos dos mesmos números, não calçam os mesmos pés
Os sapatos do mesmo modelo não circulam nos mesmos lugares
Os batons da mesma cor, contornam bocas diferentes
As bocas com o mesmo batom, beijam bocas diferentes
Os brincos da Elizete, são iguais aos da Margarete
Os brincos da Margarete, não são os da Elizete
Elizete usa saia e costuma usar gilete
Margarete usa salto e não dispensa um chiclete
Uma chora, a outra grita, com as mentiras da vida, tipo enredo da novela das sete...

Pessoas diferentes povoam o mesmo território
Pessoas do mesmo território são diferentes
Os parecidos são diferentes, mesmo que parentes
Os parentes são parecidos, mesmo que diferentes

Não existem “caixas” suficientes para acomodar tantas individualidades.
É necessário verificar a impressão digital dos descontentes emergentes, dos carentes indigentes, dos medalhões inconseqüentes, dos doutores indecentes, dos turistas tão calientes, dos políticos e assistentes, do Simão obediente, do João com dor de dente e dos outros tantos sobreviventes, nesse turbilhão de tanta gente.

19/04/02

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

É, leva A Dor...

Um baque
no elevador

Na descida
um baque
eleva a dor

Um baque
na descida
e levAdor

Na moda

Lá vai a moça
salto alto
meia fina
batom
e o selo lá

À mesa

Conversa fiada na cozinha
delícias e filosofias
coizinhas do coração
à mesa
diálogos digeridos
em doses homeopáticas
que alegria!
o café, a família.

Sopa

Casa que tem
sopa e leite
pão e azeite
tem calor
amizade,respeito
tem amor
na cabeça
e no peito

Chorumdengo

choro de dengo
choro um dengo
que eu não tive
e um tempo
que não vive
no repouso
dos que operam
sem cortar

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Miúdos

Agulhada na coluna
basta uma.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Procurando coisas...


Procurando coisas
Procurando casas
Lendo e comendo
O mundo.



Estrada
Lua
Carona estelar.


Solta os bichos
Deixa o homem respirar.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Perfume barato


Traço desejos de amores
Em pinceladas virtuais
Desnudo entre olhares discretos
O concreto que nos une e trai

Elevo a trágica distância
Nos elevadores sociais
E carrego as dores dos teus beijos
Na palheta que absorve o caos

Suporto com angústia em segredo
O silêncio que absorve a forma
Do calor que sufoca e afaga
Da cor que atormenta e exala

Na dança leve da espuma
Murmuras embriagado
Avesso ao que nos destina
O leito das horas vagas

Quem sabe o revolver da aurora
Em busca do desassossego
Liberte as asas do tempo
E configure o que me devora.

Bronquite Deverão...


10 anos FREE de ar puro
10 anos preso à nicotina e outros venenos
pito
tosse
pigarro

trago
tosse
escarro

cuspe
tosse
cigarro

fumo
tosse
cuspe
gosma

chá de guaco
mel de abelhas
própolis
Raio X
Amoxilina + clavulanato de potássio
500 mg 8 em 8 horas
tosse – tosse
to$$e...

Caçamba


Caçamba

Depois que nos roubam os sonhos...

Busco hoje o que perdi ontem.
Fuço em todos os lixos,
procurando os meus guardados
que contavam a minha história.
Procuro o meu baú velho
com a minha boneca Prosinha e suas frases roucas:
Saúde mamãe! Onde está a boneca?
A primeira escrita: Long Life.
As gavetas arrumadas
do armário que eu não tive.
A radiola Philips tocando as 14 mais.
A festa dos quinze anos sem fotos e sem convidados.
Procuro a cantoria bêbada do sobradinho.
A bicicleta de arame que não passeava comigo.
Onde está o espelho, com as tranças do meu cabelo?
Quero a galinha velha do pescoço pelado, que namorava o cachorro
A frasqueira verde, com todas as notas do cruzeiro novo
Por acaso, alguém sabe do meu Príncipe, pêlo cinza?

Não estou fazendo nada, mas o passarinho...


Vem aurora do desassossego
Trás o orvalho que refresca o dia
Canta alto pra espantar o sono
Abre os braços e liberta os beijos
Corre em busca do pão sagrado
E mata a fome dos desesperados
Os sem teto e sem vantagens
Que a justiça cega e
Maltrata suas verdades
*********
Moro na Praça 7
Não escuto passarinhos
Acordo com motores
Arranhando meu ninho