quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Não mais que uma ...


Vou prá Itabira ver o poema no paredão
Vou dançar com a Tita do velho Chico
cosendo fitas no coração


Vou encontrar a Nêga
e desvendar os segredos do casarão
Espalhar as pedras e os tropeços
De uma bateia na tradição

Vou balançar a vista numa gaiola
que leva embora
entre suspiros
aqueles trilhos rasgando o chão

ver o atoleiro
que ficou no pé do monte
espiar da janela
a profética fotografia de Drummond
que é, só uma
não mais que uma
canção de dor

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Sou menino


e o passarinho quer voar...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

De vento em rosa


De súbito - o retrocesso
o não-senso do retro-olhar
rever o caminho
percorrido de anos, em segundos
primeiras e segundas intenções

A abertura ótica
grande oco, lar
exagerada solidão
de enxergar perfeito
aquele antigo pretexto
e seguir na contramão

o tempo opera milagres
o vento embriaga miragens
embarcam o tempo e o vento
pelos mares das judiadas lembranças

Destino certo
instinto exato
ao rumo dessa prosa
de vento em rosa
que desova andores
e desata os nós

- Sai coceira da garganta
- vai pros cafundéu das ribanceiras
- volta pros ardores do tempo
em que a boca, o olho e os ouvidos
não sabiam de querer volver